segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A ferro e fogo

Limites existem para todas as coisas; dá até pra calcular o limite do infinito, como diriam os físicos e matemáticos. Só que nem todos estamos prepatados para lidar com essa coisa de fim, impedimento, limite...
É, quase sempre, mais fácil adotar posturas extremas para as questões que requerem mais paixão, mais tesão da nossa parte. Por isso é tão comum ver as enormes barbaridades que se fazem "em nome" do amor ou de uma crença, ou porque alguém nos tratou mal. Crimes passionais, atentados a bomba, franco atiradores em escolas e tantas coisas mais, tudo com uma suposta justificativa.
Basta que algo ou alguém seja diferente para ser "motivo" de intolerância. A partir daí, como diz a expressão popular, tudo se leva "a ferro e a fogo". Interessante nessa expressão é pensar que, num primeiro momento, só lembramos que o ferro é firme, duro, resistente e que o fogo seria o outro lado da força, não é?

Ninguém se atenta para a relação de dependência entre eles, porque pouca gente se recorda que o ferro só é ferro por causa do fogo. Não só pela têmpera que o calor dá ao metal, mas também pela maleabilidade que o ferro tem que adotar na presença do fogo.

Aquecido o metal, ele pode ser moldado naquilo que desejamos ou permitimos. Espada ou ferradura, escudo ou barra, quem molda é a mão do homem que trabalha o malho e depois lança a peça à água. Ou seja, o ferro só endurece depois de frio.

O que estou tentando dizer é que quando estamos expostos a situações limítrofes, ao calor dos ânimos, somos susceptíveis a perder a forma original do nosso caráter e nos deixarmos moldar pela paixão do momento em algo que realmente não somos. Perdemos a noção das coisas, até de nós mesmos, às, vezes. Passamos dos limites.

Mas, assim como não é culpa do fogo aquilo em que o ferro se converte, também não é a situação que deve determinar nosso procedimento e sim o contrário. Afinal, é o homem quem concede a forma ao metal aquecido.

Se seremos adaga, escudo ou elo de corrente, cabe a nós, não ao outro (por mais que esse outro seja o estopim de uma situação acalorada). Então, amad@s... só nos resta exercitar um pouco de paciência, afinal, depois que o ferro esfria, ele não volta a ser mais o que era.

Deixo vocês com uma música que amoooooo do fundo do coração.

Beijos orvalhados.

Paciência

Composição: Lenine e Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

3 comentários:

Anônimo disse...

Antes de qualquer coisa, você sabe que eu AMO essa música, né?
Eu concordo com tudo o que você escreveu, coração. Mas sou obrigada a confessar, que não consigo não me deixar modelar por esse tipo de situação e/ou pessoas.

Mario Felix disse...

Eu gostaria de trazer este texto pra discussão em sala de aula, mas infelizmente não encontrei a autoria.
Se alguém souber Mande-Me via email.
mariofelix13@hotmail.com

Mario Felix disse...

Eu gostaria de trazer este texto pra discussão em sala de aula, mas infelizmente não encontrei a autoria.
Se alguém souber Mande-Me via email.
mariofelix13@hotmail.com