quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Verdade incontestável

Bumerangue blues


Tudo o que você faz, um dia volta pra você
Tudo o que você faz, um dia volta pra você
E se você fizer o mal, com o mal um dia você vai ter de viver

Não me entregue o seu ódio, sua crise existencial
Preliminares não me atingem, o que interessa é o final
E não me venha com problemas, sinta sozinho o seu mal

Porque tentar, tentei demais e você só me usou
Eu tentava ajudar e você sé me queimou
Mas é errando que se aprende: minha boa vontade se esgotou

Como um bumerangue
Tudo vai voltar
E a ferida que você me faz
É em você que vai sangrar
Eu tenho cicatrizes
Mas eu não me importo, não
Melhor do que a sua ferida aberta
E o sangue ruim do seu coração

Só não entendo como fui cair
Dentro da sua teia
E não tentei fugir
Me sinto mal lembrando o que aconteceu
Você tentou roubar
Mas o bumerangue agora é meu

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pra Ritinha

eu levo o seu coração comigo

e. e. cummings


eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes

eu levo o seu coração (eu o levo no meu coração)


(Tradução: Regina Werneck)

Pra quem não conhece, Ritinha foi uma das poucas criaturinhas que conheci nessa vida que estava sempre sorrindo. Dona de um sorriso limpo, franco. Mas o que mais sorria nela eram os olhos. Não há um momento na vida em que a lembrança dela não esteja presente.
Ritinha era minha irmã. Um raio de luz risonho que esteve 28 anos por aqui.
Mana, sinto tua falta.
O poema acima é sugestão da Nane (minha também amada irmã).

Beijos orvalhados e saudosos.