terça-feira, 29 de abril de 2008

Inspiração

Sempre bem vinda... a inspiração vai e vem... por falar em ir e vir....

Pulsação.
O peito expande,
Contrai.
Intensamente.


As trocas
Acontecem,
Repetem-se.
Instintivamente.


Movimentos.
Ininterruptas
Ondulações.
Paralelamente.


Entra o novo.
Sai o velho.


Tudo segue.
Pulsando,
Contraindo,
Trocando,
Movimentando,
Entrando,
Saindo.


Ato contínuo.
Inspiração.

Quase Expiação
Do teu ar
Em mim.
Do meu

Ar em ti.

Sempre a inspirar.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Reflexos

Como estou hoje?

Dor de cabeça, enjoo, cara de zumbi, suor frio e a permanente sensação de que algo pior ainda espreita.

Não há inspiração.... e por isso os sentimentos se acumulam dentro de mim...

Hoje sou uma péssima companhia até pra mim.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Rolinho Primavera (filosofia de pseudo-almanaque)

A vida é um rolinho primavera.
O amor, agridoce molho,
Complementa seus sabores.
Alguns sentem apenas o acre.
Outros paladares, o doce.

O rolinho-vida necessita frituras.
Aquecem a massa,
Acertam o ponto.
Providenciam cor.
Põem fim à crueza.

Vida enrolada. Amores idem.
Os que se tornam acres.
Só têm correção com um
Que lhes pareça doce.
Seus opostos, degustados,
Em horas duras, amarguradas,
Convertem papilas gustativas
Em fontes de águas vivas.

A vida é um rolinho primavera.
O molho, agridoce amor,
Avermelhado sangue,
Escorre no corpo
Morto a frituras.
Incapaz de curar tais queimaduras.

O rolo chamado vida, recheado
A sabores e dissabores,
Acontece para todos os
Paladares. Diferenciam-se
Apenas os modos de
Degustação.
Saboreada a talheres, ou
Com os dedos das mãos.

Minha agridoce vida saboreei
Às mordidas, dentadas,
Roídas, Lambidas.
Prazeres sacros
De um rei pagão.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Para pensar uns instantes

Revendo uma das muitas coisas boas que recebi via e-mail de uma das minhas manas de Sampa deparei-me com o texto abaixo. Não é auto-defesa. Mas ajuda a pensar um pouco.

Beijos a quem passar por aqui.

Dew

Herbert Viana
Cirurgia de lipoaspiração?

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto-imagem.
Religião, é dieta.
Fé, só na estética.
Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal.
Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer, não.
Estria é caso de polícia.
Celulite é falta de educação.
Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas ...
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.
Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.

''Cuide bem do seu amor, seja ele quem for '

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Florista

Sabes, ó Rosa, que te amo.
Quisera eu, um dia apenas,
Ter-te as pétalas entre os dedos,
Tocá-las com doçura e
Despertar teu aroma, teu perfume.

Entre roucos gemidos e desejos,
Pousar teu corpo em ornada cesta.
Sobre ele pingar gotas do teu sabor.
Prová-las, uma a uma, róseas do teu calor.
Orvalho mudo de nosso ardor.

Misto a teu pólen de flor, tingir
Lençóis polvilhados a margaridas,
Rosas outras, lírios a imergir teu
Corpo em veludo tecido.

Sabes, Rosa, que em delírio
E em martírio aguardo ter-te ao par.
Quisera, esse dia chegasse ontem
E imortalizasse, hoje, teus aromas
No frasco aberto que trago no peito meu.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Boas Vindas à Rosa

Mais um poema em homenagem da Rosa mais Canela da minha existência....

Seu blog será tão lindo quanto você, mulher!!!

Ciranda

Venha minha Rosa Amiga,
Vem comigo cantar ciranda.
Fazer da Roda dos teus sonhos
Círculo que nos una em infinito
Amor-amigo, altruista e forte.
Que nos aponte o norte, e
Seja sempre um mote para
Mui bonita dança de palavras e
Carinhos sem conflito.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Raciocínio coronariano

Se é você quem desce pela rua,
Nessas horas, meu coração fica burro.
Se meu olfato pensa ser teu o perfume que sinto,
Nessas horas, meu coração fica burro.
Se é tua a pele que me toca,
Nessas horas, meu coração fica burro.


Meu coração não raciocina,
Se tua voz, bem ao ouvido, vira gemido.
Meu coração, pobre coitado,
Se te sinto entregue, menina, só alucina.
Meu coração desatina,
Se teu olhar com o meu combina.


Um coração que emburrece,
Um corpo que se aquece.
Um coração que entontece,
Um calor que entorpece.
Um coração que esmorece,
Um desejo que floresce.


Meu coração não funciona
Quando teu corpo me aciona.
Meu coração não pensa
Quando tua alma a minha condensa.
Meu coração não mais soma
Quando tua atitude a mim doma.


Meu coração involuntariamente soluça,
displicentemente, avulso,
sob o frêmito do teu pulso.


Meu coração não realiza
que teu beijo me escraviza,
que tua fé me exorciza,
que teu prazer me sataniza.


Meu coronariano raciocínio
entrega a ti o domínio
do meu pensar,
do meu querer ,
do meu executar.


Meu coração,
minha anima,
eu.