quinta-feira, 3 de abril de 2008

Raciocínio coronariano

Se é você quem desce pela rua,
Nessas horas, meu coração fica burro.
Se meu olfato pensa ser teu o perfume que sinto,
Nessas horas, meu coração fica burro.
Se é tua a pele que me toca,
Nessas horas, meu coração fica burro.


Meu coração não raciocina,
Se tua voz, bem ao ouvido, vira gemido.
Meu coração, pobre coitado,
Se te sinto entregue, menina, só alucina.
Meu coração desatina,
Se teu olhar com o meu combina.


Um coração que emburrece,
Um corpo que se aquece.
Um coração que entontece,
Um calor que entorpece.
Um coração que esmorece,
Um desejo que floresce.


Meu coração não funciona
Quando teu corpo me aciona.
Meu coração não pensa
Quando tua alma a minha condensa.
Meu coração não mais soma
Quando tua atitude a mim doma.


Meu coração involuntariamente soluça,
displicentemente, avulso,
sob o frêmito do teu pulso.


Meu coração não realiza
que teu beijo me escraviza,
que tua fé me exorciza,
que teu prazer me sataniza.


Meu coronariano raciocínio
entrega a ti o domínio
do meu pensar,
do meu querer ,
do meu executar.


Meu coração,
minha anima,
eu.

2 comentários:

noname disse...

Clap! Clap! Clap!

Simplesmente, sem palavras! apenas, Lindo!!!!

"Meu coração involuntariamente soluça..."

Aff!! perfeito!

=*

Rosa Canela disse...

Aiiii ...lindooo perfeitooo demais!!

É imprecionante como vc tem o sábio poder de nos fazer sentir cada letra ...cada palavra na alma ....

Parabéns mais uma vez

beijos

Rosa Canela