E o teu ferrão,
Língua afiada,
na minha boca,
Injeta em mim
O teu veneno
E o impacto
Dessa onda
De carne rubra
Me faz sentir
Provar, sugar
A doce dor
De um escorpião.
E minha pele
Expele o câncer
De ser virgem
Vítima imolada
Nas balanças
Dos teus altares
E trazes a mim
As luas novas
Dos teus gêmeos
Olhos a mostrar
Constelações
De prazer, de touro
Viril me apassivando.
E a ameaça
De tua fome, leão,
Ruge aos meus
Ouvidos que,
Cheios de tua
Trama oral
Me tornam
Cálice, ventre
Vulcão.
E só aos astros
Permitimos
Interferir, olhar
Cobiçar, invejar
A dança dos signos
Que nossas mãos
Tecem, em êxtase.