quinta-feira, 16 de julho de 2009

Maré de azar pouca é bobagem....

Pois eh...


O tema do post anterior foi um assalto seguido da morte dos ladrões (não recomendo pra ninguém a experiência).


Passado o susto, na semana seguinte, voltei para a minha casinha e para minhas atividades na universidade...


Terça-feira, 8 da manhã o busão chega no ponto final (Campus da cidade Universitária)... ao desembarcar, quando firmava a perna esquerda no chão... Tchanã!!!!!


Que dor dos infernos no joelho!!!!!


Meio arrastando meio mancando... chego à coordenação do meu mestrado. O caminho de menos de 100m foi percorrido em uns 5 minutos (por causa da dor).


Transporte para o hospital providenciado.... algumas horas de espera e um Raio X depois, o ortopedista de plantão manda colocar a perna na tala e solicita uma ressonância magnética do joelho.


Aluguel de moletas...


Dia seguinte, volto ao hospital para a ressonância... Cadê a requisição do médico? Ninguém sabe, ninguém viu.... Liga para um setor... Telefona para a fulana que agendou o exame... Fala com o chefe disso... Com a assistente daquilo... Acham a guia... mas.... Perco a hora do exame.


Reagendando para o outro dia...


Maldita tala!!!.... Que coisa q coça e esquenta!!!


Exame feito... EEEEEEEEEEEEEE.......... Aguardar 3 dias úteis para o resultado.... ODEIO ESPERAR!!!


Ligo no hospital e pergunto do ortopedista... "quinta de manhã" (leia-se quinta-feira da semana seguinte ao acidente com o joelho) ... OK.... lá vou eu...


Chegando lá.... "Retorno só de tarde... Se fosse consulta era agora pela manhã... mas retorno... você vai ter q vir às 13:30...."


AFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF


Vontade doida de soltar um Mega palavrão... mas a moça naum tinha culpa de um infeliz ter me passado as informações erradas por telefone....


BOM... agora são 9:41 dessa mesma quinta-feira.... Estou aqui contando os minutos pra saber o q aconteceu com meu joelho....


Agora.... como maré de azar pouca é bobagem.... Pra isso aqui virar um Tsunami... só falta ter q operar....


Mas essa onda... (só rindo pra não chorar)... eu conto depois....


Beijos orvalhados

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Parece ficção...

Meio atordoada pelo súbito da ordem, ela ergue os braços ao nível da cabeça. Olhos estatelados, fixos no metal negro. O rosto de moleque, incompatível com o vazio dos olhos e o ácido da voz, repetia "Pro chão, pro chão! Pega o dinheiro! Isso é um assalto!". Era um menino bonito até, não mais que 15 anos de idade. Segurando aquela arma fria, sem vida, ceifadora de vidas, parecia uma caricatura de Rambo, de Bradoc, ou um Dadinho qualquer da Cidade de Deus. Mas a pele branca, os cabelos lisos não conseguiam enganar a quem olhasse suas mãos armadas.
Em direção ao chão seus joelhos dobram e ela se "esconde" rente à parede. Olhos fechados. Ouvidos atentos.
Uma voz a gritar "Polícia!" rasga o denso silêncio entre os computadores.
A Lan House torna-se câmara de eco para os estampidos.
Olhos ainda fechados, ela perde a conta.
Dois baques surdos no chão. O garoto e o comparsa ficam no piso gelado. Em breve estarão com a mesma temperatura. Terão a cor arroxeada e uma aura vermelha a contornar seus corpos.
Os pobres e assustados usuários lentamente se desentocam. Um deles sangrava na cabeça. Tiro de raspão. Irá sobreviver. Uma menina treme daqui; outra chora acolá. Um rapaz espana a poeira que grudara a suas roupas. Três moças saem do minúsculo banheiro.
Saindo de baixo da bancada do computador, ela percebe que a 2 palmos de seus pés estão os cadáveres dos marginais. Um deles ainda tem espasmos - é a morte entrando e a vida se despedindo. Uma náusea que jamais sairá daquele corpo.
Bombeiros, polícia civil, polícia militar, curiosos, fita de isolamento. Chá de cadeira na delegacia. Horas intermináveis a escoerem juntamente com as gotas da chuva na janela. E tudo em que ela consegue pensar é na garotinha de 3 anos e olhos brilhantes que a aguarda em casa.
...........
Parece ficcção, neh?
Pena que tenha sido real. E que ela seja eu.
Ainda atordoada pelo susto e pelo barulho dos tiros.
Mas... como diz a música... I will survive.
Beijos orvalhados a tod@s.