sábado, 24 de janeiro de 2009

Falando nisso.... (Partitura)

Numa noite dessas eu olhava as estrelas e lembrava de quando éramos crianças. Crianças sujas, é verdade, mas apenas da terra que hoje não vemos mais. Eu, por não suportá-la em minhas recordações; você, por não estar mais nessas canções.

(Lembra, que chamávamos canções a cada uma das vidas desses seres mandões? É..., a sua chegou à última nota; nenhum acorde pode-se ouvir dessa sua caixa acústica...)

Falando nisso..., nas estrelas, a sua está cada vez mais brilhante. Gostaria de saber porque isso acontece, mas, fazer o quê?

Estou com tédio de tocar sempre a mesma música. Será que nunca alterarei essa minha partitura? Tudo nela é sempre semi-breve...

Ah! Queria que você estivesse aqui, para fazermos uma pausa – dessas de 4 tempos -, uma daquelas que fazíamos ouvindo as estrelas...

Falando nisso..., a sua está aparecendo mais cedo a cada dia...

Você sabe que eu gosto de arranjos. Mas nesses últimos dias... Tudo são versões de uma mesma melodia.

Sei que você não pode ouvir essas notas, escritas numa partitura um pouco torta, amarelecida pelo uso, mas, na verdade sou eu que preciso tocá-las. Tocá-las significa ter você aqui de novo.

Mas, falando nisso..., hoje estou com você no pensamento. E a sua estrela..., ela piscou para mim. Ou melhor, acho que ela fez isso. Ainda assim, quem pode me condenar?

Penso em suas cordas, e lembro que estão como as sementes daquela terra que nos deixava plenos de sujeira. E odeio a terra, que roubou de mim as suas colcheias, as suas fusas...

Essas tuas durações..., doces e intensas. E há quem pede que eu esqueça!

Olha só a sua estrela...

Falando nisso..., ontem ela me cantou seu endereço. Sei onde é, mas às vezes esqueço. Mas, eu mereço!...

Sabe, estou pensando em dar minhas últimas notas. Sei que você não gostaria nada disso, mas, olha, é uma maneira de estar com você.

Um dia eu ouvi que as canções que se interrompem nem sequer deixam um resto de ritmo. Não quero que se lembrem de mim como uma sinfonia inacabada.

É por isso que continuo nessa repetição sem fim das mesmas notas, dos mesmos acordes.

Tenho dó de mim, que estou na terra. Queria ser como você, sol.

Falando nisso...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Uma postagem... noutro blog

Querid@s...

Além de escrever minhas coisinhas aqui, algumas vezes (menos do que gostaria) escrevo postagens no blog da minha Rosa mais Canela.

Escrevi algo que gostei muito este final de semana... mas como estava editando por lá, e eu andava mesmo devendo mais atenção ao Cirandas... ficou postado lá Entretanto, além de aproveitar a oportunidade para conhecer as cirandas dessa minha rosa amada, deem uma passada lá e confiram o post, please!!... OK??

O link é esse aqui: http://cirandasdeumarosa.blogspot.com/2009/01/sobre-as-pessoas-e-gostar-delas.html

Beijos Orvalhados

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Um poema

Anjos?


Céu triste.

Nuvens sem risos.

Trovões gritando

Gotejantes raios

Sem firmamento.


Quarto radiante.

Almofadas, perfumes.

Boca sugando

Teu arco, minha Íris,

Sim, firmemente.


Pena das hostes

Abandonadas.

Sorte a minha,

Arcanja que me toca

O clarim, o sino.


Terreno desejo:

Dama alada em

Profanas poses.

Eu orvalho

Em suas tempestades.


Endemoniante.

Angelical.

Decaída em suas asas

Tenho revelações.


Sexo dos anjos

Entre nimbos lençóis.

Sem tridentes.

Entre dentes,

Divina língua.