quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tudo começa com...

um beijo molhado

uma língua que se apresenta ao trabalho

profundo, árduo, penetrante

respiração que se altera

a cabeça mudando de lado

sem separar os lábios

mão na nuca

outra no seio

pressão do corpo

há uma parede

para depositar

os tremores do corpo

a intensidade das sensações

o aroma do perfume que exala feromônios

acrescentando desejo ao contato físico

e os poros gotejam pedidos de que nada pare

os passos se movem para o reservado quarto

as mãos se apressam em obedecer o comando

de liberar a pele para sentir

e os pelos para eriçar

não está frio, mas os arrepios são visíveis

os corpos solicitam o calor alheio

a nudez das almas se completa

e o beijo se torna doce

o que eram dois agora é uno

as carnes confusas

confundem o ar que se adensa

aroma inconfundível

de prazer se desprende

em movimentos delirantes

enquanto mãos percorrem

as bocas sugam, as línguas secam e molham

as gargantas gemem

e cabeças pendem

cinturas, quadriz, pernas

brincam um bambolê inexistente

não há pausas

apenas o ritmo frenético de amantes

úmidos lencóis testemunham a declaração

física do prazer a brotar dos corpos

que se olham e devoram com íris em fogo

tudo são suspiros ofegantes

e um novo beijo se prolonga

é selada a paz nessa batalha

carícias são trocadas

a respiração quer desacelerar

os corações batem como loucos

e o fogo do olhar se converte em pluma

que toca o ser amado juntamente

com as pontas dos dedos que ainda tremem

a boca se dedica ao sorriso

e abrindo-se levemente

deixa escapar o sentido de toda essa dança

"Amo-te, te amo, amo você"